ASSEMBLEIA DE DEUS HOMENAGEIA OS 80 ANOS DE EMANCIPAÇÃO TERRITORIAL DO AMAPÁ
Centro Virtual de Memória irá disponibilizar farto acervo histórico para a sociedade
Por Besaliel Rodrigues
SUMÁRIO: 01. Há 80 Anos. 02. Origem do feriado. 03. Origem do nome. 04. Como a Assembleia de Deus chegou a Macapá. 05. Assembleia de Deus e o ex-Território. 06. Assembleia de Deus homenageia os 80 Anos da autonomia do Amapá.
01. Há 80 Anos:
Hoje, 13 de setembro de 2023, o Amapá completa 80 (oitenta) Anos – Jubileu de Carvalho – de autonomia territorial, pois foi no dia 13.09.1943, numa 2ª feira que, por meio do Decreto nº 5.812, o Presidente da República Getúlio Vargas criou o ex-Território Federal do Amapá, região geográfica com, na época, três municípios (Macapá, Mazagão e o município de Amapá) pertencentes ao Estado do Pará.
O 1º governador do ex-Território foi Janary Gentil Nunes, indicado pelo então Presidente da República. Foi este governador que doou o primeiro terreno para construção do primeiro templo da Assembleia de Deus em terras amapaenses.
Com
a promulgação da nova Constituição brasileira, em 05 de outubro de 1988, o
ex-Território Federal do Amapá foi transformado em Estado do Amapá, o qual foi
instalado, de fato, com a posse, em 1991, do 1º governador eleito pelo povo
local Aníbal Barcellos.
02. Origem do feriado:
Vale destacar que a 1ª Constituição Estadual do Amapá, promulgada em 20.12.1991, determinou em seu art. 355: “O dia 13 de Setembro, data magna do Amapá, é feriado em todo o território do Estado”. Ou seja, a data mais importante do Estado do Amapá continuará sendo o dia 13 de setembro, em memória ao primeiro ato de emancipação de 1943. Por óbvio que a data de criação do Estado é 05.10.1988, mas, além da data coincidir com o aniversário da Constituição Federal, tal ato promoveu apenas a mudança de um “status” constitucional de um território federativa que já estava devidamente consolidado. A criação originária da autonomia geográfica e política remete ao dia 13.09.1943. Daí a Constituição Estadual, acertadamente, ter definido a data magna de 13 de setembro como feriado em todo o Estado do Amapá.
03. Origem do nome:
Outro fato que merece citação é que “a palavra Amapá é de origem indígena e vem da nação Nuaruaque, que habitava a região Norte do Brasil, época do descobrimento. Significa, segundo Antonio Lopes (Topônimos Tupis, in Revista de Geografia e História, nº 2, São Luís, Sioge-Ma, 1947), “Lugar da Chuva”. AMA (Chuva) + PA ou PABA (Lugar, estância, morada). Uma planta, de nome Hancornia Amapa, recebeu esse nome em homenagem ao lugar.” (Site www.amapa.portal.ap.gov.br). Mas, historicamente, antes de receber este nome, que perdura até hoje, a região já foi denominada de “Costas Anegadas”, “Cabo Norte” e até mesmo de “Guiana Portuguesa” ou “Guiana Brasileira”, formando antigamente o conjunto das cinco guianas internacionais denominadas de Guiana (Inglesa), Guiana Espanhola (Venezuela), Guiana Holandesa (Suriname) e Guiana Francesa. Os primeiros habitantes das terras amapaenses foram os índios chamados de tucuju. Tópico com informações da Wikipédia e o livro de José Sarney e Pedro Costa, “Amapá: A terra onde o Brasil começa”, págs. 194/5 e 207, passim”.
04. Como a Assembleia de Deus chegou a Macapá:
Quando a Assembleia de Deus chegou às terras amapaenses, com Clímaco Bueno Aza, em 1916, a região era território do Estado do Amapá, ou seja, Macapá era um município paraense, como qualquer outro. A Assembleia de Deus da Capital Belém estava, naquela época, em intenso processo de interiorização na região das ilhas do Marajó.
A Assembleia de Deus era para ter entrado em Macapá em 1912, ano em que entrou em Afuá, município vizinho e coirmão. Mas, o Pároco de Macapá, diferente do de Afuá, era mais aguerrido na defesa de seu “território religioso”. Entre 1912 até a chegada de Clímaco em 1916, ele conseguiu inibir o desembarque dos evangélicos em terras macapaenses.
Entretanto, a Assembleia de Deus de Belém traçou uma estratégia e Clímaco Bueno Aza veio a Macapá como Colportor (Vendedor de livros), espiar a cidade para entender como a igreja evangélica iria se instalar, realizar os primeiros evangelismos pessoais e ganhar algumas almas (adeptos) para Jesus. Apenas parte da estratégia funcionou, pois conseguiu desembarcar, andar no local, evangelizar e ganhar a primeira alma, um mecânico de bicicletas chamado Fausto.
Mas, como a Cidade era muito pequena, logo Clímaco foi delatado para o padre local, o qual acionou as autoridades policiais que prenderam Clímaco. O juiz de Direito da época era o Dr. João Batista de Miranda, no cargo desde 1904, e o Promotor do Ministério Público era o Dr. Henrique Jorge Hurley. Os mesmos concederam Alvará de Soltura a Clímaco, que retornou a Belém. No ano seguinte, com a situação normalizada, em face da manifestação do Poder Judiciário sobre o caso, a Assembleia de Deus regularizou sua atuação institucional em terras macapaenses. A Continuação desta história continuará em outra oportunidade.
05. Assembleia de Deus e o ex-Território:
O missionário boliviano Clímaco Bueno Aza evangelizou, o evangelista português Manoel José de Matos Caravela estabeleceu institucionalmente a Igreja, mas, devido à perseguição e oposição da religião majoritária da época, a Igreja evangélica não conseguiu inicialmente fixar liderança aqui. Assim, a Assembleia de Deus paraense estabeleceu uma escala de obreiros visitadores (missionários e pastores) que perdurou por longos anos, até à chegada da década de 1940, quando Deus abriu as portas e o trabalho recebe como primeiro pastor fixo Flávio Monteiro e, depois, João Alves. Estes construíram a primeira congregação (de madeira) e casa pastoral (atrás) da história da Assembleia de Deus em terras amapaenses. Até então, a Igreja funcionava nas casas dos irmãos. Foi neste contexto que a Assembleia de Deus recebeu a criação do então Território Federal do Amapá.
Consta nos anais da Igreja que o 1º pastor a tomar posse na era do ex-Território foi Deocleciano Cabralzinho de Assis, que nasceu em Belém-PA, em 24 de outubro de 1891, filho de Antônio de Assis e Antera Assis. Casou com Filonila Ribeiro de Assis, também natural de Belém-PA, nascida a 18 de fevereiro de 1904 e filha de Armando Ribeiro e Júnia Cunha Ribeiro. Deocleciano tinha curso superior e era comerciante bem sucedido. Sua esposa tinha o equivalente ao 2º grau e dedicou-se ao lar. Desta união resultaram nove filhos: Milton, Rubenita, Josias, Ezequias, Sillas, Sara, Ruth, Débora e Abraão. Até hoje parte da família reside em Macapá como, p. ex., o neto Sillas Jr., do Jornal A Gazeta. Em outra oportunidade, publicaremos a biografia do Pastor Deocleciano.
Os pastores da Era do ex-Território foram: 1. Decocleciano Cabralzinho de Assis; 2. Vicente Rego Barros; 3. Ananias Gomes da Silva; e 4. Otoniel Alves de Alencar (participou da transição para Estado). Tais biografias serão publicadas aqui em breve.
Os pastores da Era do Estado do Amapá: 1. Otoniel Alves de Alencar (participou da transição para Estado); 2. Oton Miranda de Alencar; e Iaci Pelaes dos Reis (Atual Presidente). Tais biografias também serão publicadas aqui em breve.
06. Assembleia de Deus homenageia os 80 Anos da autonomia do Amapá:
Em referência ao “Jubileu de Carvalho” aniversário de 80 Anos da autonomia geográfica do Estado do Amapá, a Assembleia de Deus amapaense, hoje presidida pelo Pastor Iaci Pelaes dos Reis, resolveu fazer uma homenagem especial: Inaugurar, nesta data indelével, o seu CENTRO VIRTUAL DE MEMÓRIA, por meio do qual a Igreja irá disponibilizar para toda a população amapaense, brasileira e mundial parte de seu acervo documental histórico, revelando informações sabidas e inéditas sobre os traços de sua trajetória no tempo, os quais se confundem com a História Geral do Amapá. O referido Centro Virtual poderá ser acessado pelo endereço www.memoriaassembleiadedeusnoamapa.blogspot.com.
E mais, para facilitar a interlocução do público com o citado Centro, também está sendo disponibilizado o E-mail: memoriaadamapa@gmail.com e o WhatsApp (96) 99123-5663.
Então, acesse, informe-se e divulgue.
Parabéns pela iniciativa. Rogo que Deus continue iluminando a mente, e, usando com graça, sabedoria, criatividade e dinamismo a todos que estão à frente deste tão importante memorial.
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